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Moraes faz gesto obsceno ao acompanhar vitória do Corinthians em Itaquera

Por Jandir Gonçalves, para Seligacacoal e Seligarondônia
São Paulo, 30 de abril de 2025

Itaquera, SP — Enquanto o país fervia com a notícia de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia sido sancionado pelos Estados Unidos sob a Lei Magnitsky, o magistrado escolheu um lugar improvável para mandar seu recado: o camarote da Neo Química Arena, cercado por bandeiras, gritos e o cheiro de churrasco de torcedor fanático.

Na noite de quarta-feira (30), diante de 40 mil corinthianos em êxtase com a vitória sobre o Palmeiras por 1 a 0 — gol do holandês Memphis Depay —, Moraes não apenas vibrou com o gol. Em um momento de euforia, ergueu o dedo médio para as arquibancadas, em um gesto claro, obsceno e carregado de simbolismo.

A cena, filmada por torcedores e rapidamente espalhada nas redes, virou manchete antes mesmo do apito final. E não foi por acaso.

Sanção internacional e resposta nacional
Horas antes de entrar em Itaquera, o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, anunciou sanções contra Moraes. Pela Lei Magnitsky — usada para punir agentes acusados de violar direitos humanos, cercear liberdades ou atacar a democracia — o ministro está proibido de entrar em território norte-americano e terá seus ativos no país congelados.

O anúncio veio acompanhado por uma declaração contundente do secretário de Estado, Marco Rubio:

“Que este seja um aviso para aqueles que atropelam os direitos fundamentais de seus compatriotas — as togas judiciais não podem protegê-los.”

A acusação? Uso abusivo do poder judicial para perseguir opositores, censurar mídias, prender políticos e minar o Estado de Direito.

Mas Moraes, conhecido por não recuar diante da pressão, respondeu com um gesto. Literalmente.

Um clássico com sabor de revanche
A presença do ministro no estádio não passou despercebida. Em meio a um mar de camisas pretas e brancas, ele estava no camarote VIP, acompanhado por aliados e familiares. Quando Depay marcou, Moraes pulou, abraçou, gritou — e, em seguida, virou-se para as câmeras e ergueu o dedo médio, como se desafiasse não só o Palmeiras, mas o mundo.

Para muitos, foi um ato de desprezo à sanção americana. Para outros, um sinal de que o ministro se sente acima das críticas — e do próprio cargo.

STF sai em defesa: “Não vamos nos dobrar”
Na madrugada desta quinta (1º), o Supremo Tribunal Federal emitiu nota oficial em defesa de Moraes:

“Todas as decisões do ministro foram confirmadas pelo Colegiado. O Brasil julga seus crimes contra a democracia. Interferência estrangeira não será tolerada.”

O comunicado ainda reforçou que as investigações sobre o golpe de 8 de janeiro de 2022 — das quais Moraes é relator — encontraram “indícios graves” de planos para matar autoridades, incluindo o próprio ministro, Lula e Alckmin. Entre os denunciados está o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Brasil se divide: aplausos e vaias
A sanção dos EUA dividiu o país. Na oposição, especialmente entre aliados de Bolsonaro, houve comemoração.

“Finalmente alguém no mundo viu o que é o Moraes: um carrasco de toga”, disse um deputado do PL.

Já os governistas reagiram com indignação.

“É ingerência inaceitável. Moraes defende a Constituição. Quem atacou as instituições foram os que invadiram o Congresso”, afirmou um senador do PT.

A próxima jogada
Moraes deve se manifestar oficialmente nesta sexta-feira (1º), em sessão plenária do STF. A expectativa é de que ele reafirme seu papel como guardião da democracia, mas sem provocar uma crise diplomática maior.

Enquanto isso, o vídeo do gesto em Itaquera já ultrapassa 10 milhões de visualizações. Nas redes, o debate esquenta:

“É coragem ou arrogância?”
“Será que um ministro do Supremo pode se comportar como torcedor raiz?”
“E se fosse um político comum, estaria preso por desacato?”

O jogo continua
No futebol, o Corinthians venceu e vai decidir a vaga fora de casa.
Na política, o jogo está mais quente do que nunca.

E Alexandre de Moraes?
Seguiu aplaudindo, gritando, celebrando — e, com um simples dedo, mostrou que, para ele, ninguém manda no campo que ele considera seu.

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