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Embaixada dos EUA critica prisão de Bolsonaro e acusa Moraes de abuso

Órgão diplomático reforça a visão de que o ministro Alexandre de Moraes é ‘um violador de direitos humanos

A prisão preventiva do presidente Jair Bolsonaro, determinada neste sábado, 22, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, provocou reação imediata da diplomacia norte-americana. Em publicação na rede social X, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil criticou a decisão e afirmou que o magistrado “expôs o Supremo Tribunal Federal do Brasil à vergonha e ao descrédito internacional”, ao desrespeitar, segundo o órgão, normas tradicionais de autocontenção judicial e politizar o processo.

Segundo a embaixada, Alexandre de Moraes é “um violador de direitos humanos sancionado”, e sua atuação representa “mais um ataque ao Estado de Direito e à estabilidade política no Brasil”. O órgão classificou como “provocativa e desnecessária” a ida de Bolsonaro para uma cela da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, lembrando que ele já cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto, medida imposta pelo próprio ministro.

A repercussão também veio de aliados internacionais. O advogado Martin De Luca, que representa a Trump Media e a plataforma Rumble em ação contra Moraes na Flórida, afirmou que a prisão é um “insulto” às autoridades norte-americanas, acusando o ministro de “escalação” e de conduzir uma “caça às bruxas”. Jason Miller, conselheiro de Donald Trump, também criticou a decisão, usando a mesma expressão.

Bolsonaro foi detido por agentes da Polícia Federal por volta das 6h20, passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal do Distrito Federal e, em seguida, foi encaminhado para uma cela da superintendência da PF em Brasília. A decisão se baseou, segundo a corporação, na constatação de violação da tornozeleira eletrônica que ele usa desde agosto. Aliados de Bolsonaro teriam atribuído o episódio a um “surto”, afirmando que ele próprio queimou o equipamento com um “ferro quente”, enquanto uma agente disse que o ato teria ocorrido por “curiosidade”.

A prisão preventiva não está diretamente relacionada à condenação de mais de 27 anos imposta pela 1ª Turma do STF em outro processo, ainda em fase de contestação pela defesa. O novo episódio, porém, amplia tensões políticas e diplomáticas, enquanto a postura crítica da embaixada dos Estados Unidos adiciona um capítulo inesperado ao cenário já delicado entre o Judiciário, o governo brasileiro e aliados internacionais de Bolsonaro.

Reportagem: Jaam Gonçalves

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