
O atendimento de pacientes renais em Cacoal enfrenta uma crise silenciosa. Faltam medicamentos essenciais, como o Noripurum (Sacarato de Hidróxido Férrico 100mg Solução Injetável), e não há médico vascular para atender. A responsabilidade é do Governo do Estado de Rondônia, mas a falta de ação efetiva deixa os pacientes em situação desesperadora.
Nos últimos dias, o Se Liga Cacoal recebeu relatos dramáticos. Em um vídeo, um morador implora:
“Se Liga Cacoal, eu quero fazer uma denúncia… ver se vocês conseguem o medicamento da minha esposa, que é o Noripurum. O médico vascular que nós está precisando com urgência. Ela não tem mais onde colocar cateter, o corpo dela já está todo furado.”
Outro familiar relatou o sofrimento do sobrinho, que corre risco de infecção grave:
“Eu tenho um sobrinho na hemodiálise. Ele tem fístula, mas já fizemos tudo que dava, tá muito velha e precisa trocar. No começo do ano fomos pra Vilhena, o médico fez tudo, mas não conseguiu trocar porque não teve condições de fazer o exame. Não conseguimos, aí passou pro pescoço. Ele está com o cateter no pescoço e corre risco mesmo de infecção, muito grave. Desde o começo do ano estamos esperando e já estamos quase no final, sem resposta nenhuma. Fomos na Defensoria Pública e ninguém resolve nada.”
Nesta quarta-feira, a equipe do Se Liga Cacoal esteve no Centro de Diálise. A direção apresentou um ofício enviado à Secretaria de Estado da Saúde (SESAU) cobrando o fornecimento urgente do Noripurum. O documento confirma que o medicamento está em falta porque a licitação anterior fracassou e um novo processo ainda está em andamento.
Em 2022, o município assumiu a gestão do Centro de Diálise para evitar a interrupção do serviço. Pelo acordo, o Estado ficou responsável por toda a demanda de hemodiálise, incluindo procedimentos de fístula e fornecimento de insumos. Ao município caberia cobrar e prestar contas.
O prefeito Adailton Fúria afirmou:
“Temos um acordo judicial onde o médico vascular é de obrigação do Governo do Estado. O Ministério Público já notificou a Secretaria de Estado da Saúde.”
Na prática, pacientes continuam sofrendo enquanto a crise segue sem solução e sem cobrança pública firme. Enquanto o silêncio persiste, vidas estão em risco e famílias enfrentam um drama que poderia ser evitado com gestão eficiente e ação imediata.
Por Jandir Gonçalves Pereira
Fonte: www.seligacacoal.com.br | www.seligarondonia.com.br