
A pressão das ruas surtiu efeito. A oposição na Câmara dos Deputados alcançou o número necessário de assinaturas para protocolar o pedido de urgência ao projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Encabeçado pelo líder do PL na Casa, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), o requerimento reuniu 258 assinaturas — uma a mais que o mínimo necessário de 257, correspondente à maioria absoluta dos 513 deputados.
Agora, a proposta depende de dois movimentos para avançar: a inclusão na pauta de votações, o que está nas mãos do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e a aprovação em plenário com, novamente, pelo menos 257 votos favoráveis.
A iniciativa da oposição tem como objetivo acelerar a tramitação do projeto, contornando o rito das comissões temáticas. Com a urgência aprovada, o texto pode ir direto ao plenário.
O aumento nas assinaturas foi fruto de uma ofensiva política liderada por Sóstenes Cavalcante. Diante de relatos de que Hugo Motta estaria orientando líderes partidários a não apoiarem o requerimento, o deputado intensificou articulações diretas com parlamentares. Na última terça-feira (8), foi pessoalmente ao Aeroporto de Brasília abordar colegas que retornavam à capital.
Segundo levantamento do Conexão Política com base no sistema da Câmara, o PL lidera entre os partidos com maior número de assinaturas: 89 dos seus 92 deputados endossaram o pedido. Em seguida vêm União Brasil (36), PP (34), Republicanos (26), PSD (23) e MDB (21) — partidos que, apesar de integrarem a base do governo Lula, aderiram em peso ao requerimento.
Três líderes partidários assinaram formalmente o pedido: Sóstenes Cavalcante (PL), Doutor Luizinho (PP-RJ) e Adriana Ventura (Novo-SP). Também assinaram os líderes da oposição, deputado Zucco (PL-RS), e da minoria, Caroline de Toni (PL-SC).
Redação: Jandir Gonçalves